O VERDADEIRO CÉREBRO
Atualizado: 17 de mar. de 2021

Quantas vezes na sua vida você parou para pensar o que ocorre dentro de você mesmo? E com esta pergunta não me refiro a sentimentos, aspirações, angustias e medos internos. Me refiro ao que realmente importa, a fisiologia da máquina da vida, pois dela, advém toda e qualquer possibilidade de você sentir algo. Na realidade, só prestamos atenção no nosso sistema digestivo quando alguma coisa lá dentro não vai bem.
Somos dotados da visão, audição, tato, olfato e paladar, que funcionam de forma mútua, sob o controle da sede governamental do nosso corpo, a mente. Assim sendo, deveríamos todos obedecer às decisões da mente e, como poder executivo, por em prática as decisões. Porém, a esmagadora maioria, é controlada pelos sentidos.
A harmoniosa cooperação dos nossos sentidos na provisão diária de alimentos para nutrição do corpo é demonstrada de forma fantástica a cada novo momento. Em primeiro, lugar vem a visão que opera quando vemos o alimento, o que desperta o desejo. Então, os fluidos digestivos dão inicio a salivação, mas o sentido da gustação ainda permanece inativo. Ao prepararmos o alimento nossas sensações confirmam o que vimos com os olhos. O olfato aumenta ou repele a atração pelo alimento de acordo com o seu aroma. O paladar, o gosto, dá o veredito quando o alimento entra na boca. Uma explosão de sensações fugazes, momentâneas, pois, tão logo o alimento seja ingerido, acaba o prazer. Somos enganados pelas primeiras impressões da gustação e apressamo-nos a tomar mais alimento. Deve ser a mente a controladora dos sentimentos e determinar se basta ou se devemos comer mais, nunca o sentimento de prazer.
Depois que o alimento passa pelo estômago, este necessita de tempo de descanso para recompor o suco gástrico para a próxima refeição. O intervalo entre as refeições está diretamente relacionado com a qualidade do alimento ingerido, podendo variar entre 4 à 12 horas.
Temos que ter em mente que o ato de comer põe em movimento a máquina muscular de todos os órgãos do sistema digestivo, cujo ciclo se completa dentro de um período médio de vinte e quatro horas, desde o momento em que o alimento é ingerido até a eliminação dos resíduos.
É muito importante para uma boa nutrição, a forma pela qual o alimento é apresentado ao corpo, se cru ou cozido. Os alimentos crus são superiores aos cozidos, pois provêm o corpo de todos os elementos nutricionais, especialmente as vitaminas e minerais no seu estado original, intactos. Já o hábito do cozimento recorrente dos alimentos, enfraquece os órgãos digestivos e assimilativos, que não podem tirar o máximo proveito nutritivo dos alimentos crus. Ou seja, o hábito do cozimento cria um circulo vicioso de degeneração do sistema digestivo, tornando-o cada vez mais débil e ineficiente. O ideal para o padrão alimentar contemporâneo seria basear a nossa alimentação em 75% de alimentos cruz e 25% de alimentos cozidos.
A forma, a quantidade e qualidade do que comemos tem papel decisivo na nossa qualidade de vida, afetando diferentes áreas. O sono, por exemplo, será desagradável, perturbado por sonhos e agitações, refletindo numa constante indisposição matinal. Isto porque quando deitamos para repousar, o estômago já deveria ter realizado seu trabalho. Para pessoas de hábitos sedentários, as alimentações tardias são especialmente prejudiciais. Os distúrbios que nela se criam são muitas vezes o começo de doenças que findam na morte.
Devemos compreender, que na grande maioria dos casos, a fraqueza que leva ao desejo de comer, é sentida em virtude dos órgãos digestivos terem sofrido abuso durante todo o dia.
De modo geral, comemos muito mais do que o nosso organismo requer. Na questão do apetite, isto é perfeitamente evidenciado. Mas não somos escravos dele, temos a liberdade de mantê-lo ou não em sujeição a um controle inteligente. Não é a quantidade de alimento que comemos que nos é benéfica, mas sim, a quantidade que é assimilada. Por mais incrível que possa parecer, a despeito de toda a miséria existente no nosso Brasil, ninguém morre de fome, mas sim, dos males de comer e beber de maneira inadequada e em demasia. E você pode ser uma destas pessoas, abrindo as portas, propositadamente, a este mal. Pensando que deve comer e comer para não ficar desnutrido. Obrigando seus filhos a comer a toda hora, para engordarem e ficarem fortes.
A má alimentação tem papel desastroso, não só ao físico, mas também às faculdades da mente. As paixões animais são despertadas, enquanto as faculdades mentais estão entorpecidas. Por isso, quando estamos excitados, ansiosos ou apressados, é melhor não comer até que se obtenha o alívio destas sensações.
A verdadeira inteligência não é objetiva, não se baseia na razão, mais sim, é subjetiva. Não temos controle algum sobre ela. Não podemos parar o intrincado sistema da vida que nos mantém vivos, que faz o nosso coração bater, como um simples exemplo. O fato verdadeiro, é que o nosso corpo é uma máquina autoconsciente, que tem como objetivo a manutenção da experiência da vida humana, de ser o receptáculo de carne para a personalidade.