HÁBITO ALIMENTAR

A finalidade do ato de comer não é matar a fome, mas sim, alimentar o corpo. A fome desaparece até com um gole de cachaça, não é a toa que moradores de rua são geralmente alcoolistas, ou ainda, com algumas tragadas no cigarro. Mas o corpo não é alimentado nem a vida se mantém. Para alimentarmos o corpo, é necessário comer o que promove o funcionamento normal de todos os órgãos. Para que isso seja possível é necessário que saibamos: o que comer e como combinar os alimentos.
Comecemos pois, com o que comer; por certo você, que já leu todos os artigos anteriores, já percebeu que os alimentos ideais são encontrados nas frutas, legumes, verduras e oleaginosas (nozes, castanhas e assemelhados) crus. Ou seja, saídos da fonte para a boca, sem passarem por processo algum antes do consumo. E são dois os principais motivos pelos quais estes alimentos são tão especiais. Primeiro, toda a vida animal depende deles para viver. Segundo, não existe combinação alimentar produzida pelo homem que mantenha o equilíbrio perfeito ácido-base como eles. Provavelmente, você saiba muito pouco sobre como esta relação entre os elementos ácidos e alcalinos é de fundamental importância à manutenção da saúde. E o pouco que você conhece está confuso e mal compreendido. Então vamos aos esclarecimentos: Mediante cuidadosas análises, sabe-se que o organismo humano deve manter um equilíbrio ácido-base correto. Para isso, são necessários tantos elementos formadores de ácidos (fósforo, enxofre, silício, cloro e flúor) como os elementos formadores de álcalis (potássio, sódio, cálcio, magnésio, ferro, manganês, cobre e zinco). No sangue humano, essa balança é ligeiramente alcalina. E o menor desvio neste equilíbrio, resulta em doença. Durante todo o processo metabólico do nosso corpo são produzidos ácidos. Estes, como todos os outros, devem a sua atividade aos íons de hidrogênio liberados, os famosos radicais livres, que causam a degeneração progressiva do organismo que resulta na morte. Mas, felizmente, os processos do corpo são eficientes, quando estes estão perfeitamente ajustados, os íons de hidrogênio são neutralizados. Em grande parte, é pelos alimentos ingeridos que mantemos esse equilíbrio correto. Então fica evidente que necessitamos comer muitos alimentos que mantenham o nosso corpo alcalinizado, e poucos alimentos que criem acidez. Entenda que tudo o que comemos é metabolizado e todo processo metabólico deixa resíduos. Para mantermos a nossa saúde pela alimentação, o que importa é o tipo de resíduo resultante, se ácido ou alcalino. Quando nossos alimentos resultam em resíduos alcalinos, estes reduzem ou até mesmo neutralizam os vários ácidos do corpo. Por outro lado, os alimentos formadores de ácidos deixam ainda mais resíduos ácidos no organismo, deixando o corpo cada vez mais acidificado.
Qualquer pessoa sabe que certas combinações alimentares são desastrosas, mas só as identificamos pelo seu sabor. Mas são raras as pessoas que sabem que as combinações geralmente adotadas em pratos notoriamente deliciosos são a causa de graves distúrbios no metabolismo e causadores da morte prematura de milhões e milhões de pessoas em todo o mundo. As incompatibilidades alimentares provocam intoxicações no organismo, evidenciadas exteriormente pelo mau hálito, estufamento, sonolência, prostração, dentre outros, e internamente por doenças inflamatórias e outras condições mórbidas. De certa forma, todos os alimentos processados e quase todas as combinações alimentares são prejudiciais à saúde. Existem combinações alimentares que não seriam comidas por nenhum outro ser vivo na natureza, a não ser por você!
Vejamos alguns exemplos comuns do nosso dia-a-dia:
- LEITE E AÇÚCAR
Misturamos diariamente o açúcar com o leite em pudins, sorvetes, pães e bolos. Essa combinação gera fermentações dentro do trato intestinal. Esta combinação fica explosiva quando adicionamos um terceiro ingrediente, café ou chocolate. Já conversamos sobre estas bebidas estimulantes.
- AÇÚCAR E GORDURA
Misturar açúcar com manteiga, banha ou óleo, sobrecarrega o fígado.
- LEITE, AÇÚCAR, GORDURA E ESTIMULANTES
O melhor exemplo de todos é um singelo café da tarde com bolo de chocolate. Uma refeição desastrosa, de um prazer momentâneo, mas com consequências devastadoras. Pois, após esta refeição, sua balança ácido-base penderá para o ácido, aproximando você da morte, e, fazendo por meio do desejo e dos apetites, você desejar repeti-la diariamente.
Entender que um hábito alimentar correto não tem ligação alguma com dieta, regime ou imposição alimentar é o fundamento mais importante para alcançarmos o sucesso. Mas antes de tudo é necessário compreender os termos. Dieta, refere-se a disponibilidade de alimentos em uma determinada localidade para uma determinada população. Por exemplo, a dieta gaúcha é rica em carne, pois o Rio Grande do Sul é um grande produtor de gado. Assim sendo, comer churrasco faz parte da dieta de todo o gaúcho. O problema ocorre quando um gaúcho vai para o Japão e quer manter essa dieta. O Japão não tem território para produção agropecuária, logo o consumo de carne de gado não faz parte da dieta do japonês. Então, comer carne no Japão, torna-se um hábito alimentar caro. Da mesma forma que comer sushi em Porto Alegre é caro. Já o regime alimentar se relaciona com as restrições aos hábitos alimentares, tanto no que tange a algum alimento específico, quanto as quantidades deles. Por último vem o que eu chamo de imposição alimentar. Toda e qualquer manipulação dietética que imponha cardápios fechados e com quantidades pré determinadas se enquadra neste tipo, como toda e qualquer "dieta da moda".
Meu objetivo não é te apresentar uma nova dieta. Mas sim te oportunizar conhecimento o suficiente para que você mesmo crie seu próprio hábito alimentar e, que este, se torne instintivo. Nenhum outro ser vivo no planeta vai ao médico, endócrino, nutricionista, pergunta ao educador físico o que comer pré ou pós treino, apenas se alimenta de acordo com suas necessidades.
Vivemos como vivemos em um mundo em constante transformação e, por isto, nossa saúde só encontrará abrigo no verdadeiro conhecimento. Quando compreendermos os intrincados mistérios da nossa própria natureza, encontraremos a verdadeira saúde. Poderemos comer e beber de tudo e, ainda assim, mantermo-nos saudáveis.